Muito tem se falado sobre ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota… Jacobina passa por um processo de recapagem das rodovias e vias urbanas, seria um bom momento para aplicação destes.
Mas qual a
diferença? Nossa cidade tem a necessidade? Qual benefício traria à
população? Vejamos algumas situações...
Boa iniciativa para algumas cidades baianas..
Ciclovia
É
um espaço segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que há uma
separação física isolando os ciclistas dos demais veículos. A maioria
das ciclovias de orla de praia são exemplos de vias segregadas.
Essa
separação pode ser através de mureta, meio fio, grade, blocos de
concreto ou outro tipo de isolamento fixo. A ciclovia é indicada para
avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do tráfego rápido e
intenso.
Ciclofaixa
É
quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de
qualquer tipo (inclusive cones ou cavaletes). Pode haver “olhos de gato”
ou no máximo os tachões do tipo “tartaruga”, como os que separam as
faixas de ônibus. Indicada para vias onde o trânsito motorizado é menos
veloz, é muito mais barata que a ciclovia, pois utiliza a estrutura
viária existente.
Ciclorrota
De
uso mais recente, o termo ciclorrota (ou ciclo-rota) significa um
caminho, sinalizado ou não, que represente a rota recomendada para o
ciclista chegar onde deseja. Representa efetivamente um trajeto, não uma
faixa da via ou um trecho segregado, embora parte ou toda a rota possa
passar por ciclofaixas e ciclovias.
As
Ciclorrotas do Brooklin, Lapa e Mooca, em São Paulo, são exemplos dessa
infraestrutura, que está contida em um tipo de implementação mais
abrangente chamado Bicycle Boulevard.
Ciclovia operacional
Faixa
exclusiva instalada temporariamente e operada por agentes de trânsito
durante eventos, isolada do tráfego dos demais veículos por elementos
canalizadores removíveis, como cones, cavaletes, grades móveis, fitas,
etc.
As
Ciclofaixas de Lazer, montadas aos domingos em várias cidades, são
tecnicamente ciclovias operacionais, já que são temporárias e têm sua
estrutura removida após o término do evento semanal.
Espaço compartilhado
O
tráfego de bicicletas pode ser compartilhado tanto com carros quanto
com pedestres. Mas vamos nos ater ao compartilhamento da via com os
veículos motorizados, pois essa é a grande luta dos cicloativistas hoje.
Pela
lei, quando não houver ciclovia ou ciclofaixa, a via deve ser
compartilhada (art. 58 do Código de Trânsito). Ou seja, bicicletas e
carros podem e devem ocupar o mesmo espaço viário. Os veículos maiores
devem prezar pela segurança dos menores (art. 29 § 2º), respeitando sua
presença na via, seu direito de utilizá-la e a distância mínima de 1,5m
ao ultrapassar as bicicletas (art. 201), diminuindo a velocidade ao
fazer a ultrapassagem (art. 220 item XIII).
Mesmo
tudo isso estando na lei, muitas pessoas ainda acreditam que a
bicicleta não tem direito de utilizar a rua. E são essas pessoas que
colocam o ciclista em risco, passando perto demais, buzinando e até
mesmo prensando o ciclista contra a calçada. Também não compreendem o
ciclista que ocupa a faixa, sendo esse o comportamento mais seguro
(recomendado pela CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São
Paulo), pois dessa forma a bicicleta trafega como o veículo que é,
ocupando o espaço viário que lhe é de direito.
Diante
da popularização do ciclismo e aumento nas vendas de “bike”, como
observado em pesquisas, é de suma importância cidades como Jacobina
terem uma política voltada ao esporte. Dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Bicicleta (Abradibi), mostram que em 2011 foram vendidas 6 milhões de unidades. No mesmo ano, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 3,6 milhões de automóveis novos vendidos. Os números são parecidos com anos anteriores. Na Bahia destacamos
cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana, Salvador,
possuindo malhas cicloviárias e políticas municipais que envolvem o
ciclismo e a bicicleta como importante meio de transporte.
Lembramos
também que Jacobina possui diversas belezas naturais, compostas de
cachoeiras, serras, trilhas, rios, que podem ser explorados com a
utilização da Bike. É necessário salientar a participação da ASSOCIAÇÃO
CICLÍSTICA BIKE JACOBINA, composta de aproximadamente 50 ciclistas e que
promovem expedições e passeios para conhecer lindos lugares da nossa
região.
Deve-se
salientar também que no mundo moderno, a utilização de meios
sustentáveis, como a bicicleta, ajudam, senão colaboram para melhoria da
vida do cidadão. Doenças cardiovasculares, obesidade, depressão são
exemplo de doenças que podem ser amenizadas como a prática constante do
ciclismo urbano e de mountainbike.
Portanto,
Fazer entender que a rua é de todos, que o espaço público deve ser
compartilhado, que as bicicletas também transportam pessoas que têm
família, amigos, filhos, amores, é hoje muito mais importante que exigir
ciclovias aqui e ali, que só serão úteis dentro de um plano cicloviário
completo e integrado abrangendo toda a cidade, contemplando ciclovias,
ciclofaixas, espaços compartilhados com carros ou com pedestres e
ciclo-rotas sinalizadas.
Conheça o ciclismo, e entenda o motivo de ser um dos esportes mais apaixonantes.