É comum entre os praticantes de atividade física de longa duração, o
consumo de coca-cola, com a justificativa de ser um repositor de
energia num momento de esgotamento. Será mesmo que esta bebida ajuda
neste restabelecimento físico?
Dentre os compostos químicos da coca cola, temos uma alta
concentração de açúcares e conservantes, como o ácido fosfórico que é
apontado como um grande causador de problemas dentários, que aprisiona o
cálcio, o magnésio e o zinco no intestino grosso, provocando também um
aumento no metabolismo. Isto faz com que o organismo elimine o cálcio
dos ossos pela urina, causando osteoporose.
Dose de energia
Com o corpo fatigado, precisando ser hidratado, ao beber o
refrigerante, se tem a sensação de conforto pois nos sentimos bem no
mesmo instante, pela rápida absorção do açúcar, dando-nos uma impressão
de “refeitos”. Porém este bem-estar dura pouco e com a ação diurética
perde-se líquidos e o corpo logo necessita de nova reposição. Este
refrigerante de sabor altamente palatável proporciona um prazer ímpar,
apesar de alguns corredores reclamarem de desconforto gástrico pela ação
do gás.
Cafeína
Uma latinha de coca-cola contém 34mg de cafeína, enquanto num café expresso pode variar de 45 a 100mg.
Segundo estudos, a cafeína é uma das drogas estimulantes mais utilizadas
no mundo. Com uma dosagem pequena, de 2mg por kg de peso corporal, ela
já pode aumentar o estado de vigília, diminuindo a sonolência, aliviando
a fadiga, elevando a frequência cardíaca e acelerando o metabolismo.
Por isto ela é utilizada por atletas como suplementação, pois tem-se
avaliado seu efeito ergogênico, que pode potencializar a performance ao
se ingerir a cafeína associada a carboidratos, durante ou após o exercício físico de longa duração. Desta forma, há um retardamento na
fadiga através de mecanismos controlados pelo sistema nervoso.
Em estudo sobre os efeitos em atletas, a fim de se diminuir a
percepção da dor muscular nas pernas em provas de ciclismo, foi
evidenciado que doses de 10 mg por kg de peso corporal, 1 hora antes da
prova, provocou uma redução na intensidade da dor no quadríceps maior
que no grupo que ingeriu 5mg ou placebo.
Desidratação e Câimbras
Ao se praticar exercícios físicos de alta intensidade, onde há grande
produção de suor, perde-se não só líquidos, mas também sais minerais,
como sódio, potássio, cloro e magnésio. Sugere-se que a cada 15/20
minutos haja uma reposição de aproximadamente 200ml de água.
A grande perda de líquido e sais, principalmente sódio, através de
suor intenso, pode levar o atleta a perder muitos eletrólitos, causando
hiponatremia, que é a diminuição de concentração de sódio no sangue. O
surgimento de câimbras generalizadas é um dos primeiros sintomas, além
de fadiga excessiva, dores musculares, dor de cabeça, náuseas, vômitos,
diarreia, entre outros. Quando estamos desidratados a pele fica com
excesso de calor, muito vermelha e a urina mais escura.
Lembrando que bebidas com cafeína, como a Coca-Cola, tem ação diurética, que ajuda na perda de líquidos – desidratação.
De acordo com o Instituto Mineiro de endocrinologia não é indicado
esperar a sede surgir, nem mesmo repor a falta de líquidos com bebidas
muito doce ou gasosas. O ideal, em caso de exercícios intensos e de
longa duração, é manter-se hidratado com volumes médios e constantes de
água e bebidas isotônicas que repõe os eletrólitos perdidos. Na falta
destas bebidas, recomenda-se ingerir alimentos salgados, em pequenas
quantidades, ou fazendo uma preparação de uma colher de chá rasa de sal e
uma colher de sopa de açúcar em um litro de água.
Conclui-se, portanto, que deve-se EVITAR beber refrigerantes,
principalmente durante esportes de longa duração. Dê preferência à
sucos, água de coco e bebidas isotônicas.
Fonte: Caroline Bergerot – Nutrição Clínica